domingo, agosto 06, 2006

Universidade pra que te quero?!


Em mais uma virada de semestre, novos alunos adentram nas universidades públicas federais e estaduais com grandes expectativas em relação ao curso no qual estão ingressando e até mesmo com o cotidiano universitário ao qual, daquele momento em diante, estarão inseridos.

De acordo com a versão digital do dicionário Aurélio a definição da palavra universidade é seguinte: “Instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades (...) para a especialização profissional e científica, e tem por função precípua garantir a conservação e o progresso nos diversos ramos do conhecimento, pelo ensino e pela pesquisa.”

Mas qual a verdadeira função da evolução desse conhecimento processado em tais instituições, se ele não for aplicado em benefício da sociedade? Exatamente porque é essa mesma sociedade que arca com os custos da universidade...

Contudo e infelizmente, muito daqueles que entram nas universidades públicas vem com o objetivo tão somente de crescer individualmente. Não que isso seja um crime, pois para se entrar numa instituição de nível superior de qualidade e gratuita é necessário muita força de vontade e dedicação, e não há problema algum em querer uma recompensa por todo o esforço empregado.

Todavia, esse sentimento unilateral e egoísta que está arraigado em nossas entranhas desde muito tempo, precisa se dissipar e dar lugar a uma perspectiva mais ampla da sociedade e da nossa responsabilidade para com ela.

Que as universidades, sendo federais ou estaduais – não importa – possam ser, além de berço para novos conhecimentos e conceitos, um ponto de convergência de interesses do todo em detrimento das partes.

Então que os “calouros” e “veteranos” possam refletir sobre suas posturas individuais e sobre a importância da participação nas atividades universitárias, para que este conceito de global de coletividade venha efetivamente a fazer parte da universidade, e não fique apenas nas páginas de um dicionário.

terça-feira, julho 18, 2006

O "novo" Superman


Essa é a primeira vez que escrevo para este blog. Eu havia imaginado começá-lo com um texto supostamente bem mais “cabeça” e que falasse sobre o “novo”, mas por quê? Se posso fazer diferente!!!

Mas por que falar do “novo”!? Pode parecer estranho questionar a respeito disso, mas todos nós convivemos com ele diariamente e está sempre presente, desde o momento do nascimento até a hora da morte.

Tentando não fugir do meu foco e me mantendo distante de uma reflexão filosófica, que provavelmente vai parecer impossível, neste último final de semana, fui com alguns amigos assistir o filme Superman – Returns, do diretor Bryan Singer, aquele mesmo que dirigiu X-men 1 e 2.

Cheguei ao “Multiplex” com uma enorme expectativa a respeito do longa-metragem, mas que de certa forma, não deveria, por estar cansando de me decepcionar com badaladas produções cinematográficas (leia-se ,principalmente, Código da Vinci) e poderosas estratégias de marketing que pouco a pouco vamos nos habituando e conhecendo melhor.

Enfim, chegando à sala de cinema, teve início mais uma tragédia aos idos do teatro grego com pitadas de situações “telenovelescas”, esta última, tão comum ao grande público. O filme parece mais uma analogia a vida de Jesus Cristo, me perdoem os cristãos mais fervorosos pela comparação.

O Superman de Bryan Singer, que insiste em aparecer na posição de uma pessoa crucificada, vai ao exílio em busca da sua verdade e quando retorna, passa por diversas provações e “morre”, no caso do nosso personagem contemporâneo, após ter sido espancado pelos capangas Lex “Pilatos” Luthor.

A ressurreição deste marco dos quadrinhos, não é tão gloriosa quanto à do filho de Deus, até por que ela e grande parte do longa – que é realmente longo, 153 min – foi recheado de clichês baratos, cenas previsíveis e algumas atuações que não estiveram a altura dos personagens importantes da trama, que foram encarnados por atores inconsistentes e inexperientes – salvo o ator Kevin Spacey , que interpretou e “incorporou”o personagem megalomaníaco e carismático de Lex Luthor.

São pequenos detalhes como estes que fazem com que o público perceba que não vale mais a pena ir ao cinema para ver um filme apenas pelos atrativos dos cartazes, teasers e trailers amplamente divulgados.

Esta, apesar de ser uma película baseada em um personagem tarimbado dos quadrinhos e com uma história pré-deterrminada, é importante que tantos clichês sejam evitados e que novidades como os efeitos sonoros agregados ao "param-pam-pam-pam" - tema clássico de John Williams – Superman I, II, III e IV sejam mais freqüentes e que os roteiristas sejam mais ousados, sem que a história tenha que ser comprometida para isso.

Apesar do “novo” gerar medo nas pessoas, por ele ser potencialmente perigoso, este é o risco que temos que correr para que nossa gama de sensações e experiências se amplie ao ponto de percebermos que dentre as principais engrenagens que movem as nossas vidas existe esta: “O novo”!!!