domingo, agosto 03, 2008

Ainda assim?

Todos clamam e saúdam o amor. Ahhhh, aquele sentimento nobre. Uma força que toma os nossos corpos e nossa mente e faz a racionalidade se perder em momentos de êxtase e delírio. O suor frio sendo expelido pelas mãos e pés, a insegurança no olhar, os membros trêmulos, o ciúme todos esses são acessórios indispensáveis para aqueles que amam.

Recentemente ouvi uma afirmação que dizia exatamente o seguinte: "o amor é coisa do demônio". A princípio, parece uma citação absurda, mas por outro lado bem curiosa. Você diria que isso é coisa de gente que não conheceu o verdadeiro amor, que foi mal-amada, ou que foi vítima de um sentimento platônico, o qual apenas ela amou.

Mas pense bem, exatamente por isso, se esse sentimento é tão nobre, por que tantos sofrem por causa dele? Por que alguém sempre precisa se submeter para que ele exista? Aos poucos, e pensando bem, essa "blasfêmia" passa a ser um desabafo.

A felicidade e o amor parecem vias opostas, vias que nunca se cruzam. As pessoas passam algumas dezenas de anos juntas, não por amor, mas por companheirismo, por medo da solidão, por uma boa amizade ou por um motivo qualquer.

Graças a este sentimento, alguns impérios foram destruídos, várias pessoas foram mortas, outras sofreram bastante e tratou de perpetrar algumas das obras primas da arte e da literatura, sendo este sentimento uma fonte inesgotável de inspiração.

O amor é mais catalisador de outros sentimentos e emoções do um exemplar desses. Ele nos faz vociferar palavras que vão da adoração ao asco em questão de segundos.

Mas a grande pergunta que vem a minha cabeça e a de muitos outros é o por que de não deixarmos de buscar o amor? É incrível como não esquecemos esse sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro ser, essa devoção extrema, que vicia, que maltrata, que nos fazer perder a razão?

Porque, antes da dor, a sensação que nós temos é a de estar num lugar que a maioria das pessoas não conhece. Esse força que nos toma, nos transporta imediatamente, quando ao lado da pessoa amada, para o nirvana, o céu, o paraíso, o elíseos momentâneo.

E mesmo sendo essa uma situação efêmera, uma batalha cujo final está supostamente anunciado, para nós ainda vale a pena enfrentar está luta, por que todos, um dia, sempre irão querer e poder dizer: eu te amo.