
A vida moderna. Quando você ouve esse termo em que você pensa? Avanço tecnológico, facilidade e praticidade nas comunicações e nas trocas de informação. Num gasto menor de tempo para efetuar inúmeras tarefas que ocupariam a maior parte do dia?
Pois bem, isto tudo é verdade. Mas até onde essa modernidade trouxe benefícios para a sociedade e para os indivíduos?
Dentro do avanço tecnológico, temos o exemplo dos microcomputadores e seus derivados, que vem facilitando a rotina de grande parte da população que precisa ou que tenha acesso a esta ferramenta. Ligada diretamente a esta tecnologia, temos a internet, que mudou completamente as relações sociais e instituiu de maneira quase que irrevogável a globalização ou integração mundial.
Mas acredito que duas coisas, mais especificamente, mudaram na sua essência o mundo como conhecemos para alcançássemos a tal modernidade; a instituição do sistema capitalista e a invenção do relógio. Poderia eu, ter me referido ao tempo ao invés deste último, mas correria o risco de divagar em discussões filosóficas.
De qualquer maneira, estes dois elementos (o relógio e o dinheiro), unidos, transformaram tudo ao nosso redor. Toda produção industrial é baseada no tempo (leia-se relógio). E quanto mais se produz, em menor tempo, maior a possibilidade de lucro. Parece uma equação fácil, mas ao invés da tecnologia que engrandece a produção, diminuir a carga de trabalho, ocorre o inverso e o que era pra ser tempo livre, se tornar espaço para novas tarefas.
Por exemplo, há 24 anos (já existia relógio, claro!!), o brasileiro trabalhava apenas 42 horas por semana e hoje esse número atinge cerca de 51 horas de jornada de trabalho semanais. Atualmente 82% dos brasileiros nos centros urbanos admitem que o nível de ansiedade subiu nos últimos anos e com ele os índices de estresse e de cansaço físico e mental.
Pare e pense; quantas vezes no dia de hoje, você pensou no dinheiro que não tem para comprar algo que, na verdade, nem tem certeza se precisa, ou, em quantas oportunidades observaste as horas com receio de chegar atrasado ao trabalho?
Alguns vão contestar com certeza tais observações e afirmarão que para existir uma sociedade organizada é necessário que hajam limites como esses. Mas tais limites devem extrapolar as necessidades da sociedade e cercearem¹ a própria capacidade do ser humano de viver?!
Quantos momentos importantes ou mesmo felizes de sua vida foram deixados de lado ou tiveram que ser interrompidos, por exemplo, pela necessidade de se dirigir ao seu emprego e trabalhar para ganhar seu salário, que por vezes, nem correspondem a sua responsabilidade e mesmo o risco? Ou simplesmente, em efeitos posteriores, trabalhamos muito, ficamos exaustos e deixamos de usufruir desses momentos de “liberdade”?
Será mesmo necessário se submeter à escravidão do tempo e do capital para conseguir sobreviver? Pode parecer um raciocínio radical, no entanto, quantas pessoas vivem ou viveram alheias a tais regras? Os povos primitivos (primitivos até onde?) viviam distantes de tais limitações. Não havia o sentido de propriedade privada, o dinheiro e os relógios de parede.
Não quero com isso dizer, que o ilustre leitor deveria largar o seu emprego, suas ocupações, quebra seu relógio e passar a morar nas montanhas como um eremita², distante de tudo e todos. Quero apenas alertar que, numa sociedade a qual "tudo que é sólido se desmancha no ar", as coisas que realmente merecem atenção estão ficando em planos inferiores e menos relevantes com o passar do tempo; a família, os amigos, a diversão e a capacidade dos seres humanos de sentir e discernir o que é real em suas vidas.
Saia com seus pais, passeie com seu irmão mais novo, converse com seus amigos, jogue futebol, beije sua namorada com fervor, leia um livro que lhe dê prazer, sorria. Viva a vida como ela merece ser vivida, pois tenho certeza, que além de se tornar uma pessoa melhor, vai perceber o quanto as coisas simples podem deter o processo de "mecanização" pelo qual a sociedade e as relações humanas estão se inserindo, para então o tique-taque e o tilintar das moedas ficarem cada vez inaudíveis diante do som de uma boa gargalhada.
Pois bem, isto tudo é verdade. Mas até onde essa modernidade trouxe benefícios para a sociedade e para os indivíduos?
Dentro do avanço tecnológico, temos o exemplo dos microcomputadores e seus derivados, que vem facilitando a rotina de grande parte da população que precisa ou que tenha acesso a esta ferramenta. Ligada diretamente a esta tecnologia, temos a internet, que mudou completamente as relações sociais e instituiu de maneira quase que irrevogável a globalização ou integração mundial.
Mas acredito que duas coisas, mais especificamente, mudaram na sua essência o mundo como conhecemos para alcançássemos a tal modernidade; a instituição do sistema capitalista e a invenção do relógio. Poderia eu, ter me referido ao tempo ao invés deste último, mas correria o risco de divagar em discussões filosóficas.
De qualquer maneira, estes dois elementos (o relógio e o dinheiro), unidos, transformaram tudo ao nosso redor. Toda produção industrial é baseada no tempo (leia-se relógio). E quanto mais se produz, em menor tempo, maior a possibilidade de lucro. Parece uma equação fácil, mas ao invés da tecnologia que engrandece a produção, diminuir a carga de trabalho, ocorre o inverso e o que era pra ser tempo livre, se tornar espaço para novas tarefas.
Por exemplo, há 24 anos (já existia relógio, claro!!), o brasileiro trabalhava apenas 42 horas por semana e hoje esse número atinge cerca de 51 horas de jornada de trabalho semanais. Atualmente 82% dos brasileiros nos centros urbanos admitem que o nível de ansiedade subiu nos últimos anos e com ele os índices de estresse e de cansaço físico e mental.
Pare e pense; quantas vezes no dia de hoje, você pensou no dinheiro que não tem para comprar algo que, na verdade, nem tem certeza se precisa, ou, em quantas oportunidades observaste as horas com receio de chegar atrasado ao trabalho?
Alguns vão contestar com certeza tais observações e afirmarão que para existir uma sociedade organizada é necessário que hajam limites como esses. Mas tais limites devem extrapolar as necessidades da sociedade e cercearem¹ a própria capacidade do ser humano de viver?!
Quantos momentos importantes ou mesmo felizes de sua vida foram deixados de lado ou tiveram que ser interrompidos, por exemplo, pela necessidade de se dirigir ao seu emprego e trabalhar para ganhar seu salário, que por vezes, nem correspondem a sua responsabilidade e mesmo o risco? Ou simplesmente, em efeitos posteriores, trabalhamos muito, ficamos exaustos e deixamos de usufruir desses momentos de “liberdade”?
Será mesmo necessário se submeter à escravidão do tempo e do capital para conseguir sobreviver? Pode parecer um raciocínio radical, no entanto, quantas pessoas vivem ou viveram alheias a tais regras? Os povos primitivos (primitivos até onde?) viviam distantes de tais limitações. Não havia o sentido de propriedade privada, o dinheiro e os relógios de parede.
Não quero com isso dizer, que o ilustre leitor deveria largar o seu emprego, suas ocupações, quebra seu relógio e passar a morar nas montanhas como um eremita², distante de tudo e todos. Quero apenas alertar que, numa sociedade a qual "tudo que é sólido se desmancha no ar", as coisas que realmente merecem atenção estão ficando em planos inferiores e menos relevantes com o passar do tempo; a família, os amigos, a diversão e a capacidade dos seres humanos de sentir e discernir o que é real em suas vidas.
Saia com seus pais, passeie com seu irmão mais novo, converse com seus amigos, jogue futebol, beije sua namorada com fervor, leia um livro que lhe dê prazer, sorria. Viva a vida como ela merece ser vivida, pois tenho certeza, que além de se tornar uma pessoa melhor, vai perceber o quanto as coisas simples podem deter o processo de "mecanização" pelo qual a sociedade e as relações humanas estão se inserindo, para então o tique-taque e o tilintar das moedas ficarem cada vez inaudíveis diante do som de uma boa gargalhada.
1- Cercear - [Do latim. tard. circinare.] - Corresponde ao ato de restringir, limitar ou diminuir.
2- Eremita - [Do grego. eremítes, pelo lat. tard. eremita.] - Pessoa que vive no ermo -lugar sem habitantes, deserto- por penitência.
4 comentários:
exelente! so lendo issu atentamos para o quanto "objetozinhos" tão simples(relogio, computadores, e etc) pode limitar nossas vidas, e torná-las tão superficias..
rapaz, passei por isso várias vezes qndo estava reunido c/ os amigos em festas ou não e qndo o relógio maracava 10 da noite tinha q ir embora p/ não perder o onibus. nossa vida é totalmente regida por relógios. p/ tudo existe um horárioe as vezes esquecemos de marcar um horário "just for fun".
ahá! muito bom, muito bom...
o mundo hoje é movido a tecnologia, o relógio controla tudo, até os momentos de lazer. e o dinheiro, ate quando nos dizemos desprendidos dele, no prendem mais ainda. isso é fato e não tem como mudar, o jeito é adaptar-se a uma vida controlada por tique taques e tilintares sem perder a noção de que há vida além deles. ;)
né?! hehehehehe. ;*
putz! que idéia genial falar sobre... relógios! parece até ironia (e acredite, esta é minha marca), mas não. lendo e relendo esse texto seu, percebo claramente que o relógio, assim como o dinheiro, lado a lado funcionam como um certo "vilão" diário, certo? são eles que nos tiram do sério e nos fazem desaperceber o quão a vida pode ser simples e saudável. tentarei seguir seu conselho. começarei tentando me desapegar do relógio. o dinheiro fica pra depois. dinheiro nas férias, rapaz... é essencial!
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